Curitiba mantém estratégias permanentes de combate à dengue, desde o monitoramento da presença do mosquito transmissor, o Aedes aegypti, até as ações de enfrentamento da doença e os mutirões de coleta de resíduos, realizados em parceria pelas secretarias municipais da Saúde e Meio Ambiente.
Para o monitoramento da presença do Aedes, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) instalou mais de 1,5 mil armadilhas por toda a cidade, que são vistoriadas semanalmente pelos agentes de endemias. São 638 ovitrampas, para identificação da presença do mosquito nos bairros, e 890 mosquitraps, que capturam a fêmea do Aedes possibilitando a localização da presença do mosquito e a identificação da contaminação dos mesmos com os vírus das arboviroses (doenças transmitidas por mosquitos).
“Essas estratégias nos auxiliam na identificação das áreas de maior infestação e subsidiam a tomada de decisão para as ações necessárias na região”, explica a secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella.
Segundo ela, só a união de esforços do poder público e da sociedade podem vencer essa batalha. “O combate à dengue é uma tarefa coletiva. Sem o comprometimento de toda comunidade, não é possível eliminar o mosquito e o risco de novas contaminações”, ressalta.
Tecnologia
Desde dezembro de 2023, Curitiba conta com a tecnologia de ponta das Mosquitraps para o controle da dengue. As armadilhas são instaladas em pontos chamados “quentes”, onde há maior registro de casos, com o objetivo de identificar o índice de positividade das armadilhas e localizar os mosquitos infectados com o vírus da dengue, inclusive com a definição de qual sorotipo circula na região.
Já as Ovitrampas são utilizadas em Curitiba há mais de cinco anos. O cruzamento de informações das duas estratégias subsidia a tomada de decisão para as ações de controle da dengue na cidade.
Na semana epidemiológica 45, de 3 a 9 de novembro, por exemplo, o índice de positividade das armadilhas foi de 14,96%, ou seja, das 1.497 armadilhas vistoriadas, 224 foram positivas para a presença do Aedes aegypti, indicando as áreas com necessidade de intensificação das ações para controle da infestação.
Casos
Em 2024, pela primeira vez, Curitiba registrou mais casos autóctones (cuja contaminação ocorreu na cidade) do que importados (contaminação ocorreu em outras cidades). De janeiro a 15 de novembro, foram confirmados 17.745 casos de dengue, sendo 5.057 importados e 12.688 autóctones. Os dados atualizados podem ser verificados no Painel da Dengue, disponível no site da SMS.
No trabalho de campo, desenvolvido em toda cidade pelos agentes de combate a endemias (ACE), foram encontrados mais de 3 mil focos do mosquito, um alerta importante para a eliminação de possíveis criadouros, principalmente com o aumento da temperatura dos próximos meses, condição ideal para a proliferação do Aedes.
Atualmente, o Programa Municipal de Controle do Aedes conta com 812 profissionais realizando as atividades de controle vetorial e orientando a população em relação às doenças por ele transmitidas. São 108 Agentes de Combate a Endemias (ACE) somados aos 554 Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e 150 técnicos da Vigilância Sanitária.
“As ações de combate à dengue em Curitiba são permanentes e cada cidadão precisa assumir sua parte nesse trabalho, eliminando recipientes que acumulam água e podem se tornar criadouros do mosquito”, diz a coordenadora do Programa Municipal de Controle do Aedes, Tatiana Faraco.
Confira as ações de combate à dengue realizadas em 2024:
- Bloqueio de transmissão de casos com a vistoria nos imóveis num raio de 150 metros a partir do endereço do caso confirmado e a aplicação de adulticida (veneno para matar o mosquito adulto): 370 quarteirões e 19.827 imóveis tratados.
- Varreduras casa a casa nas áreas de maior índice de infestação do Aedes aegypti, para remoção e tratamento químico de depósitos e criadouros bem como orientação aos moradores e responsáveis pelos imóveis.
- Instalação de 638 ovitrampas nas áreas mais silenciosas e 890 mosquitraps nas áreas de maior índice de infestação com vistorias semanais para monitoramento do Aedes aegypti em todo o território do município.
- Ampliação de 23% do quadro de agentes de combate a endemias (ACE) com a contratação de 20 profissionais para o Programa Municipal de Controle do Aedes. Atualmente, são 812 profissionais realizando as atividades de controle vetorial do Aedes e orientando a população em relação às doenças por ele transmitidas – 108 ACE 554 Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e 150 técnicos da Vigilância Sanitária.
- Novas tecnologias foram incorporadas como o uso de drones para obtenção de imagens em locais de difícil acesso e o uso de Mosquitraps para a coleta de alados e a identificação dos vírus de arboviroses nas amostras coletadas.
- Intensificação dos Mutirões de Recolhimento de Resíduos em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente: 77 Mutirões e 1.025 toneladas recolhidas. Os mutirões propiciam aos moradores a oportunidade de descarte de objetos inservíveis e entulhos acumulados nos quintais, que têm alto potencial para serem criadouros para o Aedes aegypti.
- Parceria com o exército, defesa civil, polícia militar e guarda municipal para as ações de vistoria e orientação à população.
- Envolvimento intersetorial em intervenções com acumuladores (FAS e SMMA), em imóveis abandonados (Vigilância Sanitária, Urbanismo e SMMA) e em terrenos baldios (Urbanismo).
- Atividades educativas para a população em geral foram intensificadas, com o uso de materiais gráficos e educativos (maquetes ilustrativas, jogos pedagógicos e outros) e em parceira com outras Secretarias Municipais (SME, SMMA), Universidades, SESC, Grupos Escoteiros e outros.
- A campanha publicitária foi atualizada e veiculada em todos os equipamentos urbanos e formatos de mídias.