Aumento do número de estudantes migrantes na rede municipal motiva discussão sobre acolhida das crianças

Aumento do número de estudantes migrantes na rede municipal motiva discussão sobre acolhida das crianças

Como melhorar a acolhida dos estudantes de outros países nas escolas municipais foi o assunto da roda de conversa que a Assessoria de Direitos Humanos da Prefeitura promoveu, nesta quarta-feira (8/5), na sede do órgão. O motivo do interesse pelo tema está no crescimento do número de matrículas. Se no começo do ano letivo elas eram 3.073, agora passam de 4 mil. O evento fez parte do calendário mensal de eventos da ADH para discutir os temas relacionados à comunidade migrante em Curitiba e estimular o seu senso de pertencimento à cidade.

“A acolhida no Ensino Básico é crucial para que essas crianças permaneçam no sistema de ensino e, para isso, a existência de redes de apoio é fundamental”, observou o professor de Direito e Relações Internacionais da Universidade Positivo, Dilermando Martins, que foi um dos palestrantes do evento. Martins contou que a instituição onde ensina está formando clínicas multiprofissionais para atender pessoas em situação de vulnerabilidade, como os migrantes, e convidou os presentes para conhecer e divulgar o projeto.

A roda de conversa começou com uma dinâmica proposta pela professora de Espanhol Yazmin Lourdes Ruiz Pernia. Em grupos, educadores e técnicos de outras áreas da Prefeitura, além de representantes de organizações não-governamentais participantes do evento, relataram suas vivências, dificuldades e impressões na acolhida de crianças vindas de outros países.

Susto

A professora Eugênia Vianna, da Escola Municipal Campo Mourão, na Regional Fazendinha/Portão, compartilhou sua experiência com uma aluna afegã do 2º ano. “A princípio, bateu o desespero. Ela não falava nada de Português e a língua dela não era nada comum. Tanto que nem os aplicativos de tradução de idiomas puderam nos ajudar”, lembrou.

Inconformados com a impossibilidade de comunicação, a equipe se organizou e levou o pai da menina, que dominava o básico do Inglês, para conversar. “Ela ficou na escola praticamente todo aquele ano. Em poucos meses depois da chegada, era quase brasileira”, brincou, referindo-se à aluna que acabou deixando a cidade com a família.

Por vídeo, da Espanha, a psicóloga com experiência no atendimento de crianças migrantes Beatriz Valencia falou sobre a importância do apoio psicológico para os pequenos estudantes. “Eles estão submetidos a muitos tipos de pressão – da língua diferente e da cultura nova, das reações dos colegas e da situação familiar. É preciso facilitar a sua chegada para que elas fiquem e aprendam”, resumiu.

By Agência de Noticias da Prefeitura de Curitiba